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Quem sabe o que é bom para meus filhos sou eu!

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bahia

Eu imaginava que podia não ser 100% fácil. Nunca foi, nunca é. Embora eu romantize a vida, tento não idealizá-la, pois já vivi intensamente as dores e as delícias dela. Saboreio cada pedaço das delícias, mas me lembro do gosto amargo que vez ou outra insiste em aparecer no paladar.

E aí que eu mudei radicalmente, deixei toda uma vida e uma rotina estabelecida em São Paulo e vim para o litoral norte da Bahia viver com meus filhos. Em busca de que mesmo? Isso sempre foi muito claro para mim, até que… as dificuldades da vida real batem na porta.

Os primeiros meses foram de novidades, de férias, de sol, de mar. Lindo, inacreditável, um sonho. Entretanto, alguns meses depois, me deparei com o fato de que meu filho, sendo preterido pelos amigos da nova escola, começa a questionar veementemente a mudança. “Eu não gosto da minha escola, não gosto dos meus amigos, eles não gostam de mim, quero minha escola velha, não gosto da Bahia, não gosto de praia, não gosto de calor, quero voltar pra São Paulo“.

E agora, José? Se eu mudei tudo quase que exclusivamente por eles. Como assim? Meu mundo perfeito, então, se desfazia assim, por um simples fato? Quanto desespero, quanto choro. Aí, a confusão precisou sair de cena para entrar no lugar a calma e a convicção dos meus ideais.

Não, não é sempre fácil bancar uma escolha, assumir uma decisão, correr atrás dos ideais. Fiz durante dias o exercício constante de me lembrar que quem sabe o que é certo para meus filhos sou eu. Eu sou a adulta. Eu tenho responsabilidade sobre eles. Eu sei o que é o melhor para eles.

E então, me dei conta de que mudanças geram mudanças e precisam de algum tempo, sobretudo com as crianças. Aí, tratei de me fortalecer novamente. No momento em que fiquei segura com a minha escolha, consegui deixar Eduardo e Luca seguros também. E tudo mudou!

Dudu passou a gostar da escola. As crianças passaram a aceitá-lo e a tratá-lo como amigo. Luca deixou de “sentar a mão” nos coleguinhas. Começaram a dizer que amam morar pertinho da praia. Tudo aquilo que eu sempre achei, mas que fora momentaneamente esquecido pelo desespero, voltou a ser verdade para nós.

Aí, percebi que fugir das dificuldades é sempre uma cilada. Que até mesmo morar num paraíso ecológico, ao lado do mar, sem carro, sem trânsito, sem hostilidade urbana, tem seus perrengues. Claro que tem. Não há jeito do mundo ser perfeito.

E também entendi que se eu não me mantivesse segura, voltando a acreditar naquilo em que eu acho certo para mim e para meus filhos, eles jamais se sentiriam seguros também para amar a nova realidade. Dessa forma, sim, eu fiz a melhor escolha que poderia ter feito :)

*Imagem: Arquivo Pessoal.

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